Quem não se lembra do ato solene de Sabry, o egípcio que passou pelo Benfica no início da década passada, quando beijava a bola antes de bater livres? Esta espécie de bênção que cada um gosta de dar a um certo objeto, qual movimento pagão para dar sorte, é comum nos mais simples acontecimentos do quotidiano.No Benfica, soube-se ontem, há alguém que quer ressuscitar a tradição do beijo.E até é um dos queridos dos adeptos. Nolito, que começou a partida no banco, foi chamado por Jorge Jesus para entrar aos 65 minutos e render NicoGaitán. Quando terminou o aquecimento e ouviu as derradeiras indicações de JJ, o espanhol, que o Benfica contratou a custo zero no defeso, beijou as duas caneleiras.
Esta não deixa de ser uma prática pouco comum. O que não falta por estes relvados fora são jogadores a venerar as botas, pois os formatos e pormenores que o mercado oferece no que ao calçado de futebolistas diz respeito são muitos e para todos os gostos. Contudo, os dois utensílios que protegem a sensível zona das canelas parecem ser muito mais importantes para o talentoso espanhol de 24 anos.
Já marcaram. O que faz Nolito levar a boca às caneleiras é ainda um segredo muito bem guardado. Mas a verdade é que resulta. O primeiro jogo oficial do ex-Barcelona com a camisola do Benfica foi a 27 de julho e tratava-se da 1.ª mão da 3.ª eliminatória da Champions frente ao Trabzonspor, na Luz. O espanhol foi suplente e entrou aos 54’, com o resultado inalterado. Aos 71’, após um passe de Gaitán, Nolito fez um remate complicado que resultou em golo, apesar de ter sido feito, em parte, com... a canela direita. Quiçá seja esta a razão para tanto apreço por tais objetos.
Fonte: Record
